No interior do Mato Grosso, encontramos Rosa*, professora de uma das creches beneficiadas pela Fundação Abrinq. A educadora se mudou para cidade há pouco mais de seis meses e já assumiu dois desafios importantes: o primeiro foi dar aulas para a Educação Infantil. “Tive que aprender a contar histórias, desenvolver atividades com música. Nunca tinha ficado com uma sala de maternal. As formações da Fundação Abrinq foram essenciais para que eu não desistisse”, conta Rosa.
O segundo desafio veio antes mesmo de iniciar os trabalhos em sala de aula. Em sua primeira reunião com a coordenadora da creche, Rosa foi avisada que ficaria responsável por uma criança com algumas limitações. Josué*, 2, não falava, só ficava deitado, não interagia com outras crianças, chorava boa parte do tempo e era muito magrinho e pequeno. Os pais, muito preocupados, não aceitavam que seu filho poderia estar doente.
“Quando eu pisei na cidade, logo pensei: o que será que me espera por aqui? E o Josué veio em forma de presente e desafio. Uma criança arredia, que precisava de ajuda médica e carinho”, conta a educadora.
Mesmo sabendo da resistência dos pais, Rosa resolveu chamá-los para uma série de conversas. E, com tempo, seu jeito doce, pesquisas realizadas na internet e argumentos, a professora conseguiu convencê-los a procurar um médico. No decorrer das semanas, consultas e exames passaram a integrar a rotina de Josué, que foi diagnosticado com Síndrome de Crohn – uma doença inflamatória séria do intestino.
Josué iniciou o tratamento que já ajudou em seu desenvolvimento físico. “Hoje, com quase três anos, ele aparenta uma criança de um ano. Mas antes do tratamento, ele era menor do que o seu irmão de seis meses”, conta Rosa. “Agora, ele sorri, brinca com outras crianças, participa das atividades e aprendeu a falar”, completa emocionada.
A síndrome que Josué tem é crônica, ou seja, não tem cura. Mas, graças à ajuda de Rosa e da Fundação Abrinq, o menino está se desenvolvendo saudável e, hoje, já consegue sonhar com um amanhã.
História real. Depoimentos capturados durante acompanhamento do Projeto Jeitos de Aprender, que conta com patrocínio da COFCO BRASIL.
* Nomes fictícios para proteger a identidade das crianças e adultos.