Em 2022, no município de Cariacica – ES, Maiara*, que na época tinha 7 anos, passou a fazer parte do projeto Re-criando laços, realizado pelo Núcleo Social Roger Fernandes Rodrigues, organização que recebia o apoio técnico e financeiro da Fundação Abrinq na época, por meio do Programa Nossas Crianças. No local, ela teve acesso a diversas atividades, como oficinas de karatê, capoeira, música, futebol e artesanato. O objetivo do projeto é auxiliar, por meio de atendimento social e psicológico, o desenvolvimento de crianças, adolescentes e seus familiares em situação de vulnerabilidade social.
No entanto, com o passar do tempo, os colaboradores da instituição perceberam mudanças de humor e comportamento de Maiara, que sempre foi uma criança participativa e comunicativa. Ela passou a se isolar e não queria mais participar das atividades, o que causou preocupação nos colaboradores do Núcleo. Foi então que os responsáveis pela instituição começaram a conversar com Maiara para entender melhor a situação. É importante ressaltar que a organização contava com atendimento psicossocial individual e em grupo, com uma psicóloga contratada com recursos financeiros fornecidos pela Fundação Abrinq.
Logo descobriram o motivo. Maiara estava enfrentando problemas com a família, uma vez que o pai estava perseguindo e agredindo sua mãe. Apesar de não morarem juntos, seu pai não aceitou o fim do relacionamento e com o tempo se tornou cada vez mais agressivo. De acordo com Marta Noelves, assistente social do Núcleo Social Roger Fernandes Rodrigues, “em alguns dias, ela mesma nos procurava para conversar, desabafar o que estava vendo e falar sobre o que estava sentindo. Foi então que nós acompanhamos tanto a Maiara quanto a família também, fazendo encaminhamentos e cuidando, da melhor forma possível, de sua saúde mental”.
A situação ficou tão grave ao ponto do pai de Maiara aparecer na porta do projeto para vigiar a ex-esposa, que entrou com pedido de medida protetiva. E tudo isso que estava acontecendo, além de prejudicar a mãe, também estava atrapalhando o desenvolvimento de Maiara e de seus outros três irmãos, que inevitavelmente se abalavam com a situação.
Com muito diálogo e acolhimento, hoje Maiara não chega mais ao Núcleo aparentando tristeza e melancolia. De acordo com Marta, ela permanece mais quieta do que no período anterior à toda a situação com seu pai, mas já houve uma evolução em seu comportamento. Seu pai não apareceu mais e deixou de perseguir sua mãe, mas há traumas que ficam por algum tempo com os pequenos. Com o apoio da organização e da psicóloga, Maiara conseguiu passar por um período extremamente difícil em sua vida. Agora, com 9 anos, a perspectiva é de que ela recupere cada vez mais a alegria tão característica de seu dia a dia.
Assim como Maiara, inúmeras crianças e adolescentes precisam de ajuda. Considere fazer uma doação e transforme a vida de quem mais precisa!
*Nome e imagem fictícios para preservar a identidade da criança.