Violão foi o primeiro instrumento que o menino Victor de Paula Lemes teve contato. “Depois fui aprender percussão, e aí realmente me identifiquei com a música.” Morador do bairro Campo Limpo, zona sul de São Paulo, Victor se sentia vulnerável à criminalidade e às drogas. “A música me fez conhecer um mundo diferente.”
Ele começou seus estudos com apenas 12 anos de idade, na organização Casa do Zezinho, que fornece um espaço para aulas de música. Há dois anos, o espaço recebeu novos instrumentos, novas turmas foram formadas e a carga horário do curso de percussão aumentou. Tudo graças à vinda do Projeto Planeta Musical, realizado pela Fundação Abrinq – Save the Children, com o patrocínio do IMÚSICA (Instituto Abemúsica pela Educação Musical).
Hoje com 18 anos de idade, Victor recebeu uma grande notícia: entrou na Escola Municipal de Música de São Paulo para o curso regular de percussão erudita. “Fiz uma prova eliminatória, na qual concorreram 50 pessoas e passaram somente duas, entre elas eu.” Mesmo com a enorme carga horária de aulas durante a semana, o estudante ainda consegue um tempo para ajudar as crianças na Casa do Zezinho. “Quero passar tudo o que aprendi para frente, porque fizeram isso por mim.”
Para Victor, ser músico não é fácil. “Música é difícil de você conseguir engrenar, mas quando você engrena, não tem como te segurar. Não é fácil ser músico, mas não é impossível você conseguir seguir carreira nesta área. E é neste pensamento que eu coloco minha fé.”